Salmo 89:1-51
1Cantarei para sempre o amor do Senhor; com minha boca anunciarei a tua fidelidade por todas as gerações.
2Sei que firme está o teu amor para sempre, e que firmaste nos céus a tua fidelidade.
3Tu disseste: "Fiz aliança com o meu escolhido, jurei ao meu servo Davi:
4'Estabelecerei a tua linhagem para sempre e firmarei o teu trono por todas as gerações' ".
5Os céus louvam as tuas maravilhas, Senhor, e a tua fidelidade na assembleia dos santos.
6Pois quem nos céus poderá comparar-se ao Senhor? Quem entre os seres celestiais assemelha-se ao Senhor?
7Na assembleia dos santos Deus é temível, mais do que todos os que o rodeiam.
8Ó Senhor, Deus dos Exércitos, quem é semelhante a ti? És poderoso, Senhor, envolto em tua fidelidade.
9Tu dominas o revolto mar; quando se agigantam as suas ondas, tu as acalmas.
10Esmagaste e mataste o Monstro dos Mares; com teu braço forte dispersaste os teus inimigos.
11Os céus são teus, e tua também é a terra; fundaste o mundo e tudo o que nele existe.
12Tu criaste o Norte e o Sul; o Tabor e o Hermom cantam de alegria pelo teu nome.
13O teu braço é poderoso; a tua mão é forte, exaltada é tua mão direita.
14A retidão e a justiça são os alicerces do teu trono; o amor e a fidelidade vão à tua frente.
15Como é feliz o povo que aprendeu a aclamar-te, Senhor, e que anda na luz da tua presença!
16Sem cessar exultam no teu nome, e alegram-se na tua retidão,
17pois tu és a nossa glória e a nossa força, e pelo teu favor exaltas a nossa força.
18Sim, Senhor, tu és o nosso escudo, ó Santo de Israel, tu és o nosso rei.
19Numa visão falaste um dia, e aos teus fiéis disseste: "Cobri de forças um guerreiro, exaltei um homem escolhido dentre o povo.
20Encontrei o meu servo Davi; ungi-o com o meu óleo sagrado.
21A minha mão o susterá, e o meu braço o fará forte.
22Nenhum inimigo o sujeitará a tributos; nenhum injusto o oprimirá.
23Esmagarei diante dele os seus adversários e destruirei os seus inimigos.
24A minha fidelidade e o meu amor o acompanharão, e pelo meu nome aumentará o seu poder.
25A sua mão dominará até o mar; sua mão direita, até os rios.
26Ele me dirá: 'Tu és o meu Pai, o meu Deus, a Rocha que me salva'.
27Também o nomearei meu primogênito, o mais exaltado dos reis da terra.
28Manterei o meu amor por ele para sempre, e a minha aliança com ele jamais se quebrará.
29Firmarei a sua linhagem para sempre, e o seu trono durará enquanto existirem céus.
30"Se os seus filhos abandonarem a minha lei e não seguirem as minhas ordenanças,
31se violarem os meus decretos e deixarem de obedecer aos meus mandamentos,
32com a vara castigarei o seu pecado, e a sua iniquidade com açoites;
33mas não afastarei dele o meu amor; jamais desistirei da minha fidelidade.
34Não violarei a minha aliança nem modificarei as promessas dos meus lábios.
35De uma vez para sempre jurei pela minha santidade e não mentirei a Davi,
36que a sua linhagem permanecerá para sempre, e o seu trono durará como o sol;
37será estabelecido para sempre como a lua, a fiel testemunha no céu."
38Mas tu o rejeitaste, recusaste-o e te enfureceste com o teu ungido.
39Revogaste a aliança com o teu servo e desonraste a sua coroa, lançando-a ao chão.
40Derrubaste todos os seus muros e reduziste a ruínas as suas fortalezas.
41Todos os que passam o saqueiam; tornou-se objeto de zombaria para os seus vizinhos.
42Tu exaltaste a mão direita dos seus adversários e encheste de alegria todos os seus inimigos.
43Tiraste o fio da sua espada e não o apoiaste na batalha.
44Deste fim ao seu esplendor e atiraste ao chão o seu trono.
45Encurtaste os dias da sua juventude; com um manto de vergonha o cobriste.
46Até quando, Senhor? Para sempre te esconderás? Até quando a tua ira queimará como fogo?
47Lembra-te de como é passageira a minha vida. Terás criado em vão todos os homens?
48Que homem pode viver e não ver a morte, ou livrar-se do poder da sepultura?
49Ó Senhor, onde está o teu antigo amor, que com fidelidade juraste a Davi?
50Lembra-te, Senhor, das afrontas que o teu servo tem sofrido, das zombarias que no íntimo tenho que suportar de todos os povos,
51das zombarias dos teus inimigos, Senhor, com que afrontam a cada passo o teu ungido.
52Bendito seja o Senhor para sempre! Amém e amém. QUARTO LIVRO
O Salmo 89, um cântico celestial que embala as profundezas do ser, entrelaçando o divino com o humano em uma melodia de fidelidade e justiça.
Este texto é um testamento da aliança perpétua, um pacto selado não apenas na carne dos mortais, mas inscrito no próprio coração do cosmos.
A voz do salmista ecoa como um trovão suave, reverberando a promessa de que a linhagem de Davi não conhecerá fim; que sua coroa não será abalada pela tempestade do tempo, nem pela areia movediça da história.
Não há como negar a beleza do amor de Deus que se manifesta como uma verdade inabalável, quase uma lei natural, acima de qualquer rei, qualquer trono.
O salmista canta as misericórdias do Senhor. Mas há um quê de tristeza na segunda metade deste poema sagrado, um lamento, quase uma quebra na melodia que antes subia às alturas.
O salmista olha em volta e vê promessas ainda não cumpridas, sente o peso de um mundo onde a linhagem de Davi parece ter se perdido, onde as tempestades parecem ter levado a melhor.
Esta mensagem sagrada não é apenas louvor; é também um diálogo, uma busca por respostas, uma pedra lançada no lago da eternidade, esperando pelas ondas que voltarão.
Atribuído ao sábio Etã, o Salmo 89 é um canto de fidelidade e um protesto de desilusão.
Não, não se engane, não é um paradoxo, mas sim um diálogo com Deus, uma conversa franca que perpassa séculos, chegando aos nossos ouvidos com a frescura de um orvalho matinal que se depara com o calor de perguntas que não querem calar.
Etã, o Ezraíta, descrito em Crônicas como um dos homens mais sábios de sua época, que mesmo com tanta sabedoria reconheceu que havia mistérios e desígnios além de sua compreensão.
Seus versos declamam a eternidade da aliança divina com a casa de Davi, mas também questionam, com a intimidade de quem se sabe ouvido, o aparente esquecimento de Deus frente às adversidades enfrentadas por seu povo.
Em meio ao caos dos dias, onde as dúvidas invadem como ondas em ressaca, há quem busque refúgio nas páginas de um livro antigo, onde os os textos agrados ecoam como cânticos de um tempo em que o divino ditava o ritmo da vida.
E o Salmo 89 surge como um farol na névoa, uma ode à aliança perpétua, ao compromisso inquebrável que, dizem, o Senhor fez com David e, por tabela, com todos os que se acham seus herdeiros, sejam eles reis ou plebeus dos tempos modernos.
Uma aliança que não é apenas promessa, mas também é desafio.
Serve, então, este Salmo, como uma ponte lançada sobre o abismo do esquecimento, ligando a fragilidade humana à eternidade de uma palavra divina.
Ao ler estas palavras, o crente se veste de lembranças de um pacto que é mais do que história, é premissa de fé.
Através de seus versículos, ele se agarra à esperança de que, apesar das tormentas e dos desvarios, há um juramento que nem o tempo nem as intempéries podem corroer.
o Salmo 89, uma peça de fé entrelaçada com a eternidade de um pacto divino.
O salmista, com a voz embargada pela emoção da convicção, canta a fidelidade inabalável de Deus, aquela promessa que não conhece o crepúsculo, a aliança com Davi que tem o selo do sempre, do perpétuo, do eterno.
E o que seria dos homens, esses seres de pés no barro e olhos na imensidão, sem a segurança de uma palavra que não muda com as marés? Neste texto, encontram o porto, a âncora, a estrela polar da esperança.
O texto não esconde as tempestades, fala de um trono construído sobre a justiça e o direito, mas também de castigos e correções, como só um verdadeiro pai, um rei justo, poderia prover.
Em cada versículo, um lembrete de que o amor divino, apesar de testado, permanece intacto, uma bússola para os perdidos, um farol para os navegantes nas águas, por vezes revoltas, da existência.
As palavras desta passagem bíblica, são um cântico à promessa divina, à aliança permanente entre o Criador e a criação, sobretudo através da linhagem de Davi.
Como um poeta que desenha no vazio, o salmista canta a fidelidade de Deus.
É um convite para descalçar os sapatos da alma e pisar no santo terreno da fé, onde cada verso é uma pedra de fundação, e o horizonte, uma promessa de reino e de amor que não conhece o desfalecer do tempo.
No estudo do Salmo 89, descobrimos as camadas de um juramento divino, o eco de uma voz que atravessa eras, prometendo prosperidade e proteção à descendência do ungido rei Davi.
Não se trata apenas de um texto antigo, mas de uma sala de espelhos que reflete o ontem no hoje, a humanidade na divindade, revelando um diálogo onde o sagrado toca o terreno.
Entre seus versículos, Deus parece sussurrar as coordenadas para navegar pela história humana com um olhar fixo na estrela da esperança, essa chama incessante que, mesmo nos capítulos mais sombrios de nossa jornada, insiste em não se apagar.
Ah, que beleza é caminhar sob a luz da Tua presença, ó Senhor. No Salmo 89, versículo 15, há uma celebração, que anuncia não uma festa qualquer, mas a alegria íntima dos justos que conhecem o som alegre da Tua aproximação.
"Bem-aventurado o povo que conhece o som alegre; Senhor, eles andam na luz da tua face".
Podemos tecer palavras sobre esse versículo como quem descreve o encontro entre velhos amigos onde a luz do olhar transmite a alegria do reencontro.
Sim, há uma festa íntima no coração daqueles que são iluminados pelo semblante de Deus, uma festa que não precisa de convites impressos, pois está inscrita no mais profundo do ser.
"Eles andam na luz da tua face", uma luz que não se apaga quando o sol se põe, uma claridade constante que guia através da noite escura da alma e sussurra: você nunca está sozinho.
Ah, quão bem-aventurados são aqueles que, mesmo em meio à tempestade, mantêm seus olhos fixos na luz que emana do infinito, caminhando sempre rumo à esperança que não decepciona.
O Salmo 89:20 nos fala de um pacto, uma aliança que desafia os ciclos do sol e da lua.
"Encontrei o meu servo Davi; ungi-o com o meu óleo sagrado." assim começa a declaração divina, uma escolha assertiva que parece desenrolar o tapete vermelho da história para a entrada de um rei segundo o coração de Deus.
Esse Davi, jovem e ungido, é mais do que um personagem bíblico; ele é a metáfora viva da humanidade que erra, acerta e busca incansavelmente a face de Deus.
O óleo que o consagra não é simplesmente um líquido perfumado, mas sim a essência da escolha divina que permeia nossas vidas, emoldurando a existência com o dourado da esperança.
Este texto bíblico é a promessa de que em cada um de nós há um pouco de Davi, uma chama que arde ao sopro do Infinito, uma vontade de ser maior, melhor, mais próximo do fogo que não consome, mas ilumina, o amor inabalável do Criador de todas as coisas.
Salmo 140 súplica por proteção e livramento das mãos dos inimigos, demonstrando a fé inabalável em Deus. Estudo, linguagem de hoje, significado, o que diz.
Descubra o Salmo 87, uma celebração de Sião como a cidade de Deus e lar espiritual dos fiéis. Saiba o que diz, porque rezar, significado e para que serve.
Saiba o que diz o salmo 25 da Bíblia, o que significa e para que serve. Uma prece por proteção e orientação divina, trazendo paz e refúgio para a sua vida.
Salmo 108, cântico de confiança louvor de Davi invocando ajuda de Deus para vitória. Significado, o que diz, explicação para que serve, linguagem de hoje.